As últimas três décadas reservaram grandes mudanças no comportamento do consumidor. Na era da Transformação Digital, o acesso à internet é cada vez mais difundido e ubíquo em praticamente todo o mundo. Algo que culminou, inclusive, com a evolução do Marketing.
De acordo com o autor, consultor e professor de Marketing, o norte-americano Philip Kotler, o Marketing se divide em cinco eras: 1.0, 2.0, 3.0, 4.0 e 5.0.
Em cada uma delas, as empresas tiveram de adaptar os seus esforços produtivos e de comunicação para alcançar seu público-alvo. Ou seja, desafio que fica maior a cada dia, por conta do processo de empoderamento do cliente.
A seguir, conheceremos um pouco sobre cada uma dessas fases e seus impactos nos mais diversos mercados.
Marketing 1.0: poucas alternativas, muita produção
Primeiramente, é um período conhecido como Era dos Produtos e marcado pelo foco praticamente exclusivo das empresas em suas cadeias produtivas. Quase não há preocupação específica em oferecer opções ao público, porém há ênfase na oferta.
Um dos exemplos mais clássicos desta condição é o Ford T, automóvel produzido entre 1908 e 1927. Em seus sete primeiros anos, a fabricante oferecia a possibilidade de o cliente escolher a cor do carro.
No entanto, a partir de 1915, Henry Ford decidiu restringir a produção do automóvel apenas à cor preta.
Essa ação não apenas trouxe mais agilidade ao processo de fabricação do automóvel, como contribuiu para uma queda no valor de cada carro: de 440 para 390 dólares.
Apesar de parecerem quantias irrisórias, trazendo aos valores atuais, significa uma redução de quase 1.400 dólares por unidade – aproximadamente 10% do valor total do veículo.
Marketing 2.0: a ascensão do cliente como centro das ações
Esse termo se tornou popular a partir de 2005. Nessa fase, conhecida ainda como a Era do Consumidor, o cliente começa a conquistar mais espaço nas estratégias mercadológicas das empresas.
Com a ascensão da internet, inclusive de elementos como e-commerce e mecanismos de busca, o consumidor passa a se informar mais sobre as ofertas. Algo que vai de encontro ao conceito de Web 2.0, de 2003, que preza pelo aproveitamento da inteligência coletiva.
Então, para se adaptar a essa fase, o marketing das empresas reduz a comunicação em massa e as ações são focadas em públicos-alvo segmentados.
Marketing 3.0: muito além das aspirações comerciais
Proposto por Kotler em 2010, a fase 3.0 remonta a uma quebra de paradigma mercadológico: mais do que comercializar, as empresas precisam gerar valor à sociedade.
Na Era do Valor, elas passam a focar na pessoa e buscam balancear seus lucros com suas responsabilidades sociais, cumprindo, desse modo, seu conjunto de premissas formado por missão, visão e valores.
Nessa era, mais do que bem informados quanto a produtos e serviços, os clientes estão mais atentos ao comportamento das empresas.
Então, ganham espaço, por exemplo, ações como preterir produto A ao B, pois o A apresenta um processo de fabricação agressivo ao meio ambiente, por ter um índice maior de poluição, pelo fato de descumprir a acordos trabalhistas, entre muitos outros.
Marketing 4.0: foco na economia digital e no protagonismo do cliente
O Marketing 4.0 foi proposto em 2017, com o lançamento de livro homônimo de Philip Kotler – em parceria com os especialistas em marketing Hermanwan Kartajaya e Iwan Setiawan. As atenções das empresas agora estão em superar os desafios da economia digital.
Nesse sentido, a Era 4.0 pode ser considerada uma potencialização de suas antecessoras 2.0 e 3.0. Afinal, o consumidor está mais informado do que nunca e busca se identificar com empresas alinhada aos seus valores morais.
Para isso, as companhias precisaram desenvolver estratégias de comunicação e mercado mais inclusivas. Além de ampliar a interação entre elas e seus consumidores, sobretudo pelo meio digital, os convida a cocriarem produtos e serviços.
Um exemplo é o site LEGO IDEAS, da empresa dinamarquesa de brinquedos Lego. Nele, internautas podem enviar projetos de cenários com peças da marca.
Caso obtenha mais de 10.000 votos dos internautas e seja aprovado pela comissão de cenografia e marketing da empresa, o cenário proposto passa a ser comercializado. E seu autor recebe 1% em royalties das vendas líquidas.
Ou seja, no Marketing 4.0, o processo de inovação é horizontal, trazendo mais ativos e agentes externos para o processo.
Marketing 5.0: a evolução do marketing com a tecnologia para o bem-estar humano
A mais recente era proposta por Kotler surgiu em 2020, em meio à pandemia de coronavírus. Nela, as empresas precisam estar preparadas aos desafios do crescimento das relações comerciais pelo meio digital.
Muito além de uma gestão tecnológica, altamente baseada em dados (data driven), inteligência artificial e automações, as companhias precisarão focar e adequar suas ofertas ao bem-estar humano.
Nesse sentido, um exemplo claro é a telemedicina, que se aproveitou da tecnologia de videoconferências para proporcionar consultas médicas a distância, algo que auxiliou no isolamento social decorrente da pandemia.
Logo, a partir da união entre tecnologia e valorização à figura humana será possível conquistar o público.
Agora que você conhece mais sobre as cinco eras do Marketing, que tal conferir mais conteúdos sobre comunicação em nosso site? Fique conosco e descubra tudo o que precisa saber para suas campanhas decolarem!
- Written by: Marketing | Grupo I.C.E.
- Posted on: 20 de abril de 2021
- Tags: evolução do marketing, Marketing, marketing digital, Philip Kotler